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Minha “Casa Própria”, ou não!

Comprar ou alugar? Essa é a dúvida mais comum entre brasileiros que desejam sair da casa dos pais, ou porque casaram ou porque já estão com sua independência “declarada”, entre outros motivos.


Mas, afinal, vale a pena comprar ou é melhor alugar?


A resposta é simples: Depende! (risos)


Depende de vários fatores, e aqui vou tentar mostrar alguns deles.


O brasileiro se acostumou com a ideia de que TEMOS que ter nossa CASA PRÓPRIA, aquele imóvel para chamar de MEU, para deixar de herança para nossos filhos, onde possamos fixar nossa família, de geração para geração (exagerei agora), e que se morarmos de aluguel estaremos JOGANDO DINHEIRO FORA, pagando para alguém uma fortuna, para morar numa casa que não é nossa. Correto?


De certa forma, sim. Se pensarmos como nossos pais pensavam(ou avós, dependendo da sua idade), temos que trabalhar, e muito, no intuito de termos nossa casinha, e não devemos enriquecer esses proprietários de imóveis, pagando alugueis caríssimos. Afinal, quem não tem sua casa própria, não “venceu na vida”, e uma casa é “para sempre”.


Será?


Não quero acabar com o sonho, se este for o seu. Se ter sua casinha, ou apartamentozinho(zinhozinhozinho) for o seu maior sonho, faça de tudo para realizá-lo, nada melhor e mais gratificante do que ter um sonho realizado, não é mesmo?


Mas vamos analisar de outra forma. Financeiramente falando.


Primeiro temos que saber se você está com dinheiro suficiente para comprar o imóvel. Tanto para a entrada ou para comprar à vista.


Fiz uma simulação na CAIXA de um financiamento de um imóvel no valor de R$300.000,00, onde a entrada mínima é de R$60.000,00:

Valor do financiamento: R$240.000,00

Prazo: 420 meses (35 anos)

Valor da primeira prestação: R$2.713,36

Valor da última prestação: R$601,30


Entendendo: você compra um imóvel de R$300.000,00, paga logo de cara R$60.000,00, começa pagando R$2.700,00 de prestação, e paga por 35 anos (mais do que minha idade atualmente). Para quem não sabe, neste sistema de parcelas decrescentes (SAC), você paga o mesmo valor de capital durante todo o financiamento e, à medida que vai amortizando o saldo devedor, os juros vão diminuindo, isto é, o valor da última parcela é exatamente o valor do capital que é amortizado todo mês. Logo, na primeira parcela você paga R$600,00 da casa e R$2.100,00 de juros pro banco.


Voltando para a lógica de “não jogar dinheiro fora para não enriquecer o dono do imóvel”, você está pagando R$2.100,00 (juros) para o verdadeiro dono do imóvel (o banco), para morar numa casa que só será sua daqui a 35 anos (ou do seu neto, quem sabe).


Sim, a casa não é sua. Você é o inquilino do proprietário mais rico do Brasil, o Banco. Experimenta não pagar as prestações (não aconselho).


Mas, digamos que você alugue um apartamento de mesmo porte (R$300.000,00), pelo valor de mercado de R$1.500,00 mensais. E você tem os R$60.000,00 para investir mais R$1.200,00 mensais (diferença dos R$1.500,00 do aluguel para a prestação de R$2.700,00), e você decida aplicar em um investimento conservador, de baixíssimo risco, com juros de 0,7% ao mês.


Neste caso, daqui a 8 anos e meio você terá os R$300.000,00 que vale o apartamento hoje. Certamente os imóveis daqui a 8 anos serão mais caros, mas você concorda que R$300.000,00 de entrada é uma BELA quantia, não?


Melhor, você decide aplicar apenas os R$60.000,00 da entrada, e morar de aluguel durante 35 anos. Bom, neste caso, seus R$60.000,00 virariam R$1.123.368,00 (sim, mais de 1 milhão), nada mal para deixar de herança né? Ou seria melhor uma casa velha, com 35 anos de uso?


Lembrando que morando de aluguel, você pode trocar de casa quando quiser, morando sempre em imóveis novos (só uma dica).


Mas você está com R$300.000,00 em caixa, e este é todo seu dinheiro guardado, e quer comprar sua casa sim senhor, à vista. Ótimo! Vai nessa. E torça para não precisar deste dinheiro tão cedo, pois vender um imóvel não é tão rápido assim.


“Mas o imóvel valoriza, é o melhor investimento!”. Depende.


Se você está com dinheiro sobrando e vai comprar o imóvel “realmente” para investimento, ok. Você pode alugá-lo e gerar uma receita, além de valorizá-lo com o tempo. Mas sempre com o risco da não valorização, dependendo do local do imóvel ou do seu estado daqui a alguns anos. E se você não aluga-lo, terá despesas de manutenção e/ou condomínio.


Caso você esteja com os R$300.000,00 e decida aplicá-lo naquele mesmo investimento de 0,07% ao mês. Neste caso, você teria um rendimento de R$2.100,00 mensais. Daria para pagar o aluguel e ainda sobrava. E se você precisasse da grana, ela estaria ali, na hora que você quisesse.


E se você é investidor e não queira investir em imóveis, tem muitas aplicações bem melhores do que 0,7% ao mês, mas aplicando os R$300.000,00 ao mesmo exemplo, você teria daqui a 10 anos quase R$700.000,00 e mais de R$1.600.000,00 em 20 anos. Será que este imóvel estaria valendo isso em 10 ou 20 anos? Não sei, talvez, mas a dificuldade de vendê-lo para “virar” dinheiro seria mesma. Mas continuo afirmando que o INVESTIMENTO em imóvel, mesmo com baixa liquidez, continua sendo um bom negócio, caso você tenha paciência e o valor “sobrando”.


Mas afinal, é melhor comprar ou alugar?


Depende.


Depende do seu sonho, depende do seu dinheiro, depende do desejo da sua família, depende de quem você quer “enricar”: o banco, o investidor ou a você mesmo.

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